As exportações mato-grossenses de carne bovina registraram seu pior desempenho financeiro durante o mês de junho desde 2004, conforme dados apurados pela consultoria INTL FCStone, via Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

Como detalha a consultoria, as exportações de carne bovina do Estado recuaram 57,7% em junho no comparativo anual, totalizando 9,41 mil toneladas contra 22,23 mil toneladas no mesmo mês de 2017. Os carregamentos estaduais foram os menores desde fevereiro de 2012 e o menor volume para o mês desde 2004. Em termos monetários, as exportações totalizaram US$ 39,73 milhões no mês, recuando cerca de 60% contra junho do ano passado.

No país, os embarques totalizaram apenas 54,39 milhões de toneladas embarcadas. A incerteza e instabilidade gerada no setor logístico brasileiro, tanto pela greve dos caminhoneiros quanto pela falta de resolução sobre a fixação de preços mínimos de frete, foram os principais fatores que afetaram negativamente as exportações. “Em termos monetários, as exportações totalizaram US$ 278,81 milhões, sinalizando um recuo de 33,5% no comparativo com o ano imediatamente anterior, e o menor valor para o mês desde 2007”, reportou a consultoria.

O volume carregado recuou 45,4% no comparativo anual, quando foram exportadas aproximadamente 100 milhões de carne in natura, representando o menor valor para o mês de junho desde 2003.

“A contração observada nas exportações decorre principalmente das dificuldades de recomposição da produção enfrentadas pelo setor desde a greve dos caminhoneiros entre o final de maio e início do último mês. A paralisação, em primeiro momento, afetou o fluxo de saída das carnes das câmaras frias dos frigoríficos para os portos, para então dificultar o transporte de animais para o abate, levando o setor a um período de estagnação da produção, diminuindo a oferta no mercado interno”, explicou a INTL FCStone, em relatório.

Destaca-se que os acertos ainda pendentes sobre a tabela de fretes também favoreceram uma menor oferta para a nutrição pecuária, que já sofre impactos da elevação dos preços do milho, estes em um patamar 20,5% acima da média dos últimos anos devido ao contexto de quebra da safrinha no Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.

O setor exportador brasileiro ainda aguarda uma retomada das compras de carne bovina in natura por parte da Rússia, que já foi a principal importadora da produção nacional, que se encontra com a aquisição de carne embargada desde o final de 2017.