O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai investigar os motivos de reações causadas por vacina em bovinos e auditar plantas frigoríficas que exportam para os Estados Unidos com o objetivo de dar respostas ao governo e aos importadores daquele país, e espera com isso, restabelecer as negociações no setor, disse o secretário-executivo do ministério, Eumar Novacki.

“A pasta determinou auditoria rígida nos frigoríficos brasileiros habilitados a exportar carne bovina in natura para os EUA. Junto a isso, técnicos da Agricultura vão verificar a qualidade das vacinas aplicadas, já que os abscessos detectados pelos EUA na carne bovina são atribuídos à vacina contra febre aftosa. Será uma investigação para verificar onde está o problema", acrescentou Novacki.

“É importante recuperarmos esse mercado, que serve de referência para outros países, e onde a competição é muito forte, muito dura”, disse o secretário-executivo. “O nosso produto é de qualidade e vamos demonstrar isso”, afirmou Novacki, lembrando que o Brasil exporta mais de 150 países e que cem por cento dos produtos embarcados têm recebido inspeção sanitária no momento em que chegam ao destino sem relato de problemas.

A primeira exportação brasileira aos Estados Unidos ocorreu pouco mais de um ano após o anúncio do acordo, em setembro do ano passado, depois de 17 anos de negociações. De janeiro a maio, foram exportadas mais de 11 mil toneladas, cerca de US$ 49 milhões. “A determinação do ministro Blairo Maggi é respondermos de forma contudente e com transparência”, afirmou Novacki.

Questionado se seria retaliação por questões de mercado, ou se o governo havia sentido mudanças em relação ao Brasil a partir da posse de Trump (Donald Trump), o secretário executivo admitiu que há uma tendência do atual governo norte-americano a adotar uma postura mais nacionalista. “Acreditamos que o relacionamento comercial se dê em bases éticas, do mesmo modo como o Brasil age com seus parceiros”. (MP com Agência Estado).