Mato Grosso imunizou 99,62% do seu rebanho de bovinos e bubalinos de durante a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, realizada em novembro de 2016. Os números divulgados ontem pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) mostram que das 30.230.624 de cabeças 30.116.239 foram vacinadas. Desde 2005 as etapas têm alcançado índices de vacinação superiores a 99%, contribuindo para a erradicação da doença no Estado. Mato Grosso detém o maior rebanho de bovinos do Brasil e está entre os maiores exportadores de carne do mundo.

Na segunda etapa foi obrigatória a vacinação de bovinos e bubalinos de todas as idades, “mamando a caducando”. O último foco da doença no estado foi registrado janeiro de 1996. Atualmente Mato Grosso é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa com vacinação desde 2000. A febre aftosa é a principal barreira sanitária do mundo e as exportações de cortes bovinos são o principal item da pauta estadual, dentro do complexo carnes.

De acordo com o presidente do Indea/MT, Guilherme Nolasco, a baixa inadimplência é resultado de intenso trabalho de divulgação, educação sanitária, fiscalização, além do apoio dos produtores rurais, que confiam na iniciativa para manter seus rebanhos livres da febre aftosa. Com relação ao percentual não atingido pela cobertura vacinal, Nolasco complementa: “Atualmente, apenas 2% das propriedades não foram atingidas com a vacinação, mas já estamos providenciando para chegar até esses pontos e garantir 100% de cobertura no Estado. Para atingirmos esse resultado, um trabalho grande é feito pelo Indea na questão da educação sanitária e a conscientização do produtor rural para a importância da vacina e a fiscalização, pois quem não cumpre é penalizado”, pontuou o presidente do Indea, Guilherme Nolasco.

Nessa etapa, a vacinação na faixa estadual que faz fronteira com a Bolívia foi acompanhada por 22 equipes do Indea/MT. Ao todo 900 propriedades foram visitadas, totalizando quase 600 mil cabeças com vacinação assistida. Esse trabalho visa à redução do risco de introdução e/ou instalação de doenças exóticas ou erradicadas no território mato-grossense.

A ação contou com o aporte de mais de R$ 500 mil do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa/MT), que é custeado pelo produtor rural de Mato Grosso. Com o valor disponibilizado pelo Fesa/MT foi possível fazer a reposição dos kits de vacinação, contratar médicos veterinários e agentes fiscais, além de alugar veículos para realização do trabalho. Parte do valor também foi destinado à vigilância e fiscalização da vacinação em aldeias indígenas.

“Desde 2005 as etapas têm alcançado índices de vacinação superiores a 99%. Isso com certeza é fruto do trabalho em conjunto realizado pelo Indea/MT, que faz a educação sanitária e a fiscalização, e da conscientização do produtor rural que reconhece a importância da vacina”, afirma o diretor Administrativo e Financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain.

Como pontua a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), para esta etapa, os pecuaristas investiram cerca R$ 35,82 milhões na aquisição das doses para imunização do rebanho. “Isso comprova o nível de comprometimento do criador, que sabe da importância do combate à doença e principalmente, de seu papel efetivo, nesse controle, pois a aftosa é a principal doença comercial da bovinocultura”, ratificou o superintendente da Acrimat, Francisco Manzi.

Manzi reforçou ainda que a união das entidades e parcerias é fundamental para o produtor e para o agronegócio em geral. “A abertura ao consumo norte-americano de carne bovina in natura foi uma vitória para o setor nacional e estadual, já que mais de 20% da nossa produção de carne é exportada para aquele país. O Canadá e o México também mostram interesse. Todos os estão órgãos sintonizados para que o resultado seja uma carne com selo de garantia de excelência”.

INVERSÃO – A partir deste ano a vacinação nos municípios de Mato Grosso, com exceção da região do Pantanal, será invertida. Na etapa de maio será realizada a vacinação de bovinos em todas as faixas etárias, de mamando a caducando, e em novembro serão vacinados os rebanhos de 0 a 24 meses. Até 2016, o calendário vacinal era realizado de maneira inversa. A medida foi tomada para entre outros objetivos, facilitar o manejo, já que em novembro tem início a estação chuvosa, o que prejudica os trabalhos a campo.