Dos mais de 9,39 milhões de hectares semeados com soja, em Mato Grosso, 5,33% deles estavam colhidos no fechamento da primeira quinzena de janeiro. E o balanço desse período, além de apresentar um volume inédito de área colhida, é o saldo do que foi extraído: a produtividade. O rendimento observado nas áreas recém-colhidas vem registrando médias próximas a 59 sacas por hectare (sc/ha) no Estado, sendo cerca de 10 sacas a mais que a produtividade média estadual registrada nas áreas colhidas neste mesmo momento de 2016. Para a próxima semana é esperado que o ritmo da colheita a campo ‘ganhe corpo’ em grande parte do Estado e os números de produção e produtividade possam ser mensurados com maior efetividade.

Com o avanço da colheita da soja, o milho e algodão safrinha vão ganhando espaço no campo e garantindo janela de plantio. Até o último dia 15, o cereal já havia sido semeado em 2% da área estimada e a fibra em 23%.

O dado, destaque do primeiro Boletim Semanal da Soja de 2017, divulgado ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), resume o diferencial da produtividade, que nesse momento se concentra em áreas de lavoras cultivadas em áreas cultivadas com lavouras superprecoces, como um “período de bons números, reflexo das condições climáticas bastante propícias ao desenvolvimento das lavouras de soja, que acompanharam o produtor desde o momento do plantio até a colheita. Essas produtividades vêm vem sendo observadas a campo em grande parte de Mato Grosso”, avaliam os técnicos responsáveis pela publicação.

Ainda como chamam à atenção, a colheita da safra mato-grossense de soja 2016/17 atingiu 5,33% na média de Mato Grosso ao fim da primeira quinzena de janeiro, apresentando adiantamento de 3,3 pontos percentuais (p.p.) se comparado com o mesmo período do ano passado, quando a colheita registrava média de 1,99%.

A região com a colheita mais adianta é a oeste, onde 8,35% dos 1,11 milhão/ha estão colhidos. Em seguida está o médio norte com 7,64% dos mais de 3,16 milhões/ha colhidos. No nordeste, onde os trabalhos têm a tradição de serem mais tardios, 0,75% da área está colhida nesta primeira quinzena do mês.

O Imea ainda mantém suas projeções de produção e produtividade para a atual safra em 30,46 milhões de toneladas e 54,05 sc/ha, respectivamente.

PREOCUPAÇÃO – Apesar da média de produtividade parcial acima do esperado nesse início de colheita, os analistas chamam à atenção para a sanidade das lavouras. “Há relatos em alguns municípios da região do médio-norte de ataques de mosca-branca que podem impactar, inclusive, nos custos produtivos da safra. Custos com produtos químicos para o combate e controle da praga que pode impactar severamente no rendimento dos grãos”

ATENÇÃO - No último mês a comercialização da safra 2016/17 voltou a reduzir o volume das negociações em Mato Grosso, demonstrando um avanço mensal de apenas 2,64 p.p. e atingindo o acumulado de 50,1%. A maior parte das negociações ocorreu na primeira quinzena de dezembro, antes do início do movimento mais acentuado de queda das cotações internas.

Ainda assim, as vendas registraram preço médio de R$ 65,3/sc, sendo R$ 3,03/sc inferior à média de novembro. Já na primeira quinzena de janeiro de 2017 a média dos preços disponíveis apresenta-se abaixo de R$ 60/sc, demonstrando um cenário menos benéfico às vendas e ficando R$ 7,60/sc abaixo do preço médio ponderado da safra até o momento. Ainda que o mercado externo venha apresentando pressão altista nas últimas sessões, puxada pelos riscos da nova safra na Argentina e recuo da safra 2016/17 nos Estados Unidos, divulgado pelo Departamento de Agricultura daquele país (USDA), na última semana, a entrada da nova safra mato-grossense tende a refletir diretamente nas cotações internas. “De agora em diante, é possível que não haja mais espaço para bons preços e quem sabe o ‘time tenha passado’, como pode haver algum momento, algum motivador para um pique de mercado. Por isso é necessário estar atento ao mercado para sempre não deixar escapar bons momentos de negociações”.